No primeiro trimestre, o país importou um volume 8% menor do insumo, mas pagou 110% a mais.
A entrada de fertilizantes no mercado interno, apesar da guerra da Ucrânia e da Rússia, não teve grande desaceleração neste mês. Nos seis primeiros dias úteis, foram desembarcadas 107 mil toneladas por dia nos portos brasileiros.
Esse volume apresenta queda de 13% em relação a março, mas ainda é superior ao de igual período de 2021, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), desta terça-feira (12).
No primeiro trimestre deste ano, o volume de fertilizantes adquirido pelo Brasil caiu para 7,9 milhões de toneladas, 8% a menos do que de janeiro a março do ano passado.
Os gastos com as importações, porém, mostram o quanto esse insumo ficou caro no mercado externo.
Mesmo com a redução de 8% no volume importado, as despesas brasileiras com o produto subiram 110%, atingindo US$ 4,4 bilhões neste primeiro trimestre. Os preços médios dos fertilizantes importados em abril estão 119% acima dos do mesmo mês de 2021.
A alta de preços não ocorre apenas no setor de adubos, mas em todas as commodities. A agricultura brasileira exportou um volume menor dos principais produtos neste início de abril, mas as receitas foram maiores.
O melhor exemplo é o do café, que teve uma redução de 24% no volume comercializado neste mês no mercado externo, mas, com a alta de 79% nos preços internacionais, faturou 36% a mais.
O país inicia o mês com volumes menores de exportações de soja, algodão, frutas, madeira em bruto e café. Todos os preços dessas commodities, no entanto, tiveram forte elevação.
Os destaques nas exportações são trigo e milho. No caso do primeiro cereal, o volume dos primeiros seis dias úteis já soma 40 mil toneladas. Não é comum o país exportar tanto trigo. No primeiro trimestre foram 2,21 milhões de toneladas, 289% a mais do que em igual período de 2021.
As vendas externas de milho somam 18 mil toneladas por dia útil, bem acima das 6.543 de abril de 2021. Os preços médios subiram 20%.
As carnes continuam tendo uma boa evolução no mercado externo, à exceção da suína. Todas registraram um aumento de volume, mas os preços da carne de porco caíram 13%. A bovina, ao contrário, teve alta de 29% no preço médio, e a de frango, 23% (Folha de S.Paulo, 13/4/22)