Segundo o Inmet, há uma probabilidade de 60% de que ocorra uma transição das condições atuais para aquelas em que não há ocorrência nem do fenômeno nem de El Niño.
O fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície do Oceano Pacífico Equatorial, está chegando ao fim e próximo da condição de neutralidade. A informação é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), e foi divulgada nesta sexta-feira (7/3) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O órgão brasileiro lembrou que o evento teve início em dezembro de 2024, indicando a presença de águas mais frias que o normal nesta área do Pacífico Equatorial.
No entanto, apenas em dezembro de 2024 a temperatura atingiu valores inferiores a -0,5°C, condição necessária para a caracterização do fenômeno, ainda que em fraca intensidade. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, esse limiar foi mantido, mas já se observa um enfraquecimento gradual.
Esse enfraquecimento das águas frias no Pacífico Equatorial pode ser identificado ao comparar dois períodos distintos: 1 a 15 de fevereiro e 16 a 28 de fevereiro. No segundo período, há uma redução da área com águas frias e o surgimento de águas ligeiramente mais quentes, especialmente próximas à costa oeste da América do Sul.
“A persistência e expansão dessa área mais quente em direção à parte central do oceano favorecem a dissipação do fenômeno”, destacou o Inmet, em boletim.
Os principais modelos meteorológicos internacionais, conforme anunciado pela OMM, indicam que as temperaturas da superfície do mar no Pacífico Equatorial devem permanecer abaixo da média na primeira quinzena de março, mas tendem a retornar à neutralidade em breve.
Desta forma, conclui o Inmet, há uma probabilidade de 60% de que ocorra uma transição das condições de La Niña para a Neutralidade (sem a ocorrência de El Niño e La Niña), durante o trimestre março-abril-maio/2025, aumentando para 70% no trimestre abril-maio-junho/2025 (Globo Rural, 7/3/25)
