Senadora, ex-ministra da Agricultura, destacou ainda que é relatora do projeto de lei da reciprocidade no Senado, já pronto para ser votado.
Após a Casa Branca citar a tarifa de 18% cobrada pelo Brasil sobre o etanol americano, ao anunciar nesta quinta-feira, 13, a adoção pelos EUA de tarifas recíprocas com os demais países, a senadora e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Tereza Cristina, lembrou que os Estados Unidos aplicam tarifa de 70% sobre o açúcar brasileiro.
“O etanol brasileiro vai ser taxado quando exportado para os Estados Unidos, e eles querem que a gente diminua as taxas da entrada da importação do etanol americano, que é (feito a partir) de milho. Só que o nosso açúcar, quando chega aos Estados Unidos, além da cota, chega com uma taxação de 70%. De repente, nós vamos conseguir agora resolver o problema do açúcar e do etanol”, disse a ex-ministra da Agricultura, em vídeo na rede social X, antigo Twitter.
A exportação de açúcar brasileiro aos EUA livre de tarifa é limitada a uma cota estabelecida anualmente.
Há uma demanda antiga dos Estados Unidos pela redução da tarifa de importação, imposta pelo Brasil em 18% e aplicada sobre o etanol americano, enquanto a indústria sucroenergética brasileira pleiteia maior acesso do açúcar nacional ao mercado americano.
Tereza Cristina afirmou que a medida dos Estados Unidos, com a promessa de reciprocidade de tarifas, exige a atenção do Brasil.
“Quando ministra, participei de uma reunião em que debatemos com o presidente (Donald) Trump exatamente esse assunto — e lembrei a ele que os EUA taxavam de forma duríssima o açúcar brasileiro, produto que, como o nosso etanol, vem da cana-de-açúcar”, afirmou.
A senadora destacou ainda que é relatora do projeto de lei da reciprocidade no Senado. “Um projeto que visa proteger o Brasil de taxações e barreiras injustas, inclusive por alegações ambientais. O projeto está pronto para ser analisado e votado”, escreveu (Estadão, 14/2/25)