As usinas produtoras de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil processaram 45,19 milhões de toneladas do produto na segunda quinzena de maio passado, safra 2024/25 (abril a março), em comparação com 46,77 milhões de t em igual período da temporada anterior 2023/2024. O resultado representa uma queda de 3,36% entre os dois período, informa a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), que divulgou hoje atualização quinzenal sobre a safra 2024/25.
O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, disse no relatório que a retração constatada no processamento de cana na quinzena final de maio se deve à condição climática desfavorável para colheita, que causou impacto no ritmo de moagem em algumas áreas no Paraná, Mato Grosso do Sul e na região de Assis, em São Paulo. “Esse movimento foi parcialmente compensado pelo clima seco que favoreceu a colheita em Minas Gerais, Goiás e na região central do Estado São Paulo”.
Na segunda metade de maio, quatro unidades deram início ao processamento da safra 2024/2025. Ao término da quinzena, estavam em operação 249 unidades no Centro-Sul, das quais 232 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e oito usinas flex.
A produção de açúcar na segunda quinzena de maio totalizou 2,70 milhões de toneladas, registrando queda de 7,72% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (2,92 milhões de toneladas). Segundo a Unica, a redução na produção quinzenal de açúcar se deve à retração observada na moagem e à menor proporção de cana direcionada à fabricação do adoçante na quinzena. Conforme a Unica, 48,28% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar na última quinzena, ante 48,65% observados no mesmo período da safra 2023/2024.
Segundo Rodrigues, “em uma avaliação detalhada por unidade produtora, é possível verificar certa dispersão na dinâmica de produção de açúcar. Isso porque um terço das empresas ampliou a produção do adoçante por tonelada de cana-de-açúcar processada na última quinzena e os outros dois terços reduziram esse índice na comparação com o valor observado na mesma quinzena da safra 2023/2024”.
“A menor concentração de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), o baixo nível de pureza, o elevado teor de açúcares redutores, o maior teor de fibra e até mesmo a presença de dextrana na cana processada causaram impacto negativo na produção de açúcar em várias unidades. Esses elementos estão associados à moagem de cana bisada, de matéria-prima que não completou o ciclo de desenvolvimento e de lavoura com maturação prejudicada pelas condições climáticas”, explicou na nota o executivo da Unica.
Na segunda metade de maio, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,12 bilhões de litros, dos quais 1,28 bilhão de litros (+6,49%) de etanol hidratado e 837,67 milhões de litros (-8,95%) de etanol anidro.
Do total de etanol obtido na segunda quinzena de maio, 16% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 338,15 milhões de litros neste ano, em comparação com 224,86 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 (aumento de 50,38%).
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de ATR registrado na segunda quinzena de maio atingiu 129,85 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, ante 134,95 kg por tonelada na safra 2023/2024 (variação negativa de 3,78%) (Broadcast, 14/6/24)