Por Pasquale Augusto
O fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, reduz a ocorrência de ondas de calor, deve se confirmar no segundo semestre.
De acordo com o a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), há 49% de chance do La Niña chegar entre junho e agosto, com 69% de possibilidade de ele se estabelecer de julho a setembro. Desde o fim de abril, com o fim do El Niño, estamos em período de “neutralidade climática”.
Recentemente, tratamos sobre onde seca e chove no Brasil com a chegada do fenômeno. Dessa vez, destacamos as regiões e estados que acendem um alerta para possíveis impactos na produção agrícola.
La Niña pode resultar em problemas para lavouras
Na avaliação de Luiza Cardoso, porta-voz da Climatempo, os produtores do Sul, Centro-Oeste e Centro-Norte de São Paulo e Triângulo Mineiro precisam estar atentos.
No Sul, o risco de estiagem, longo período sem chuvas significativas, pode ser um prejuízo para o milho e soja. “Em Outubro, a previsão é de chuva muito abaixo da média, e isso pode impactar as lavouras recém-plantadas. Até o início da primavera, também há mais chances de picos de frio, com geadas tardias que podem trazer impactos pontuais para cultivos mais sensíveis, ou até mesmo para a fase final do trigo“, avalia.
Tanto no Centro-Oeste, como no Centro-Norte de São Paulo e Triângulo Mineiro, há risco de atraso na chuva da primavera, o que pode postergar o plantio da soja e do milho verão. “Picos de frio tardio também podem chegar no sul do Mato Grosso do Sul, mas nada tão significativo”, completa.
Por fim, em épocas de La Niña, costuma ser normal acontecer chuvas acimas da média no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
“Costuma ser normal chuva acima da média no Matopiba em época de La Niña, mas para março de 2025 não deve ter tanta chuva assim, mesmo com o plantio mais tardio que eles fazem na região, trazendo alguns prejuízos pontuais. No entanto, só vamos conseguir entender possíveis impactos mais à frente”, conclui.
O que esperar da temperatura e das chuvas no Brasil em junho?
(Money Times, 4/6/24)