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De 24 setores da agropecuária, 15 estão com recorde de receitas

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Soja e milho perdem, mas laranja, cacau e café estão entre os maiores ganhos.

A agropecuária está mal neste ano? Depende para onde se olha. Dos 24 principais produtos avaliados pelo Ministério da Agricultura mensalmente, 15 deles estão com o VBP (Valor Bruto de Produção) em patamar recorde

O VBP é um espelho de como vai a remuneração do produtor dentro da porteira. Ele considera o volume produzido e os preços recebidos.

A perda de receitas ocorre, no entanto, em três dos principais itens do setor: soja, milho e bovinos, que representam 44% do VBP total desse conjunto de 24 produtos avaliados pelo Ministério.

Um dos destaques positivo é o arroz. A área utilizada para o plantio voltou a crescer nesta safra, após ter registrado o menor espaço da história no período anterior.

Os preços elevados do cereal atraíram os produtores, que deverão colocar 10,5 milhões de toneladas do produto no mercado, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Além de safra maior, os produtores estão recebendo preços melhores.

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra que a saca de arroz está sendo negociada acima de R$ 100 no Rio Grande do Sul, principal estado produtor. No mesmo período do ano passado, o valor era de R$ 88.

A melhor remuneração pelo arroz ocorre porque os principais produtores mundiais estão com quebra de safra, reduzindo a oferta no mercado internacional. A Índia, maior fornecedora do cereal ao mercado externo, mantém as barreiras nas exportações.

Cacau e laranja também vão gerar boas receitas. Com redução na oferta mundial desses produtos, o VBP deverá subir 59% e 56%, respectivamente, neste ano.

A recuperação dos preços do café, devido à redução mundial na oferta do tipo conilon, eleva o valor de produção desse item em 17%, atingindo o recorde de R$ 57 bilhões. A maior alta veio do conilon, que subiu 37%.

Na avaliação do Ministério da Agricultura, o setor de cana também vai acumular boa renda. Demanda externa forte e preços elevados devem garantir R$ 115 bilhões no campo.

O aumento de receita não se restringe apenas a grãos, mas virá também para tomate, banana e batata. Esta última terá um aumento de 44% nas receitas.

A grande perda fica com a soja, devido à quebra interna de produção e redução dos preços. O VBP da oleaginosa será o menor dos últimos cinco anos, caindo para R$ 266 bilhões, segundo a Agricultura. O milho terá recuo de 11%, e os bovinos, de 6%.

Frango e suínos, com reajustes de 65% e de 9%, respectivamente, terão valor de produção recorde neste ano (Folha, 24/4/24)

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