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Etanol: Análise Conjuntural Agromensal Janeiro/24 do Cepea/Esalq/USP

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Consultorias nacionais estimam que a região Centro-Sul do Brasil pode moer mais de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2024/25 (que se inicia oficialmente em abril/24), mesmo diante da indefinição climática dos primeiros meses de 2024. E, na safra 2024/25, as usinas devem destinar maior quantidade de cana para a produção de açúcar.

Essa prospecção se baseia nos preços relativos do adoçante e do etanol, que devem, a exemplo do que ocorreu nos dois últimos anos, privilegiar a produção do alimento. No Brasil, investimentos em cristalização reforçam os indicativos de intenção de aumento da produção de açúcar.

Um projetado mercado internacional de açúcar com preços elevados – em função de déficit e da impossibilidade de aumento imediato e representativo da capacidade produtiva mundial – deve impedir uma aproximação dos preços de açúcar e de etanol no mercado brasileiro. Vale lembrar que a definição dos valores domésticos do alimento recebe forte influência de fatores externos.

Em 2023, o preço do açúcar negociado no spot do estado de São Paulo chegou a remunerar 100% mais que o etanol, conforme cálculos do Cepea. As indefinições no médio prazo das políticas de repasses de preços internacionais de petróleo e derivados, que podem trazer dificuldades ainda maiores para o mercado de biocombustíveis no Brasil, estão na contramão das propostas do País nos fóruns internacionais que tratam de aspectos climáticos adversos, ou seja, da mitigação dos efeitos dos gases prejudiciais ao ambiente.

A questão tributária também se faz importante na competitividade entre os combustíveis fósseis e renováveis, e decisões nesse sentido devem ser tomadas, logicamente dentro do estabelecido pela legislação vigente no País. Todas as dificuldades pelas quais o setor sucroenegético brasileiro vêm passando, especialmente no que diz respeito à baixa remuneração do etanol, não têm impedido iniciativas dos agentes produtivos a desenvolverem projetos e/ou implementá-los para assegurar a viabilidade de permanecer produzindo biocombustíveis.

O programa Renovabio, em constante aperfeiçoamento, é um exemplo de iniciativa nesse sentido. Do governo, espera-se um ambiente regulatório consistente, que permita aos agentes produtivos tomar decisões com baixo nível de incerteza.

No curto prazo, ele pode dar alguma sinalização ao setor visando assegurar aumento de demanda de biocombustíveis e a viabilidade de permanência da produção de etanol e até mesmo a expansão de sua produção, sendo o uso de 30% do uso do biocombustível na mistura com gasolina A, ao invés dos 27% atuais, uma possibilidade factível. Isso se torna importante, especialmente no momento em que a oferta de etanol de milho passa a ser representativa no mercado.

Espera-se crescimento da produção de etanol a partir do cereal no ano de 2024, sendo que, atualmente, já atinge volume superior a 6 bilhões de litros. Apoio governamental é fundamental para ganhos de produtividade e competitividade dos biocombustíveis no médio prazo; cooperar para a incorporação de novas tecnologias como o E2G e difundi-las a outros países é uma estratégia importante para o desenvolvimento do mercado mundial de biocombustíveis.

Estes produtos têm grande importância na era em que predomina o uso de combustíveis líquidos no âmbito global, e as questões ambientais estão sendo olhadas com maior profundidade, estando a preocupação com o uso de combustíveis fósseis mais presentes (Assessoria de Comunicação, 7/2/24)

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