A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de janeiro na região Centro-Sul totalizou 1,11 milhão de toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, a quantidade processada foi de 439,83 mil toneladas. No acumulado da safra 2023/2024, a moagem atingiu 645,38 milhões de toneladas, ante 542,83 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2022/2023 – um avanço de 18,89%.
Dados do Centro de Tecnologia Canavieira registraram, para o mês de dezembro, um rendimento agrícola de 81 toneladas de cana por hectare, o que representa um aumento de 16% em relação ao mesmo período no ciclo de colheita passado. No acumulado da safra 2023/2024, o indicador atinge a marca de 87,6 ton/ha, frente a 77,2 ton/ha do ciclo 2022/2023.
Operaram na primeira quinzena de janeiro 25 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo dez unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e oito usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 16 unidades produtoras. Ao final da quinzena, duas unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 245 unidades. No ciclo anterior, até 16 de janeiro, 247 usinas haviam terminado com seu período de processamento. Para a próxima quinzena, está previsto que mais quatro unidades produtoras encerarão a safra.
A qualidade da matéria-prima colhida acumulada desde o início da safra até a primeira metade de janeiro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 1,13% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 139,55 kg de ATR por tonelada nesta safra.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira metade de janeiro atingiu 48,26 mil toneladas. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 42,1 milhões de toneladas, contra 33,55 milhões de toneladas do ciclo anterior ( 25,49%).
Na primeira quinzena de janeiro, 338,22 milhões de litros ( 62,41%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanolhidratado alcançou 214,23 milhões de litros ( 121,62%), enquanto a produção de etanolanidro totalizou 123,99 milhões de litros ( 11,12%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de janeiro, a fabricação do biocombustível totaliza 31,79 bilhões de litros ( 14,79%), sendo 19,01 bilhões de etanolhidratado ( 19,41%) e 12,78 bilhões de anidro ( 8,54%).
Da produção total de etanol registrada na primeira metade de janeiro, 83% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 280,70 milhões de litros neste ano, contra 187,01 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 50,10%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 4,89 bilhões de litros – avanço de 42,11% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias de 2024, as vendas de etanol totalizaram 1,36 bilhão de litros, o que representa aumento de 49,33% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanolanidro no período foi de 510,94 milhões de litros – aumento de 8,47% – enquanto o etanolhidratado registrou venda de 851,68 milhões de litros – crescimento de 92,91%.
No mercado doméstico, as vendas de etanolhidratado na primeira quinzena de janeiro totalizaram 796,17 milhões de litros – variação de 83,46% em relação ao ano passado. Apesar deste crescimento, as saídas em relação a segunda metade de dezembro indicaram queda de 9,5%. O menor ritmo observado era esperado em virtude do efeito sazonal negativo no consumo de combustíveis leves pelo qual tradicionalmente o mês de janeiro é caracterizado. A retirada de etanolanidro, por sua vez, foi de 478,53 milhões de litros – aumento de 5,49%.
Apesar desta cadência maior nas vendas no início do ano, o etanolhidratado segue ainda competitivo nas bombas em grande parte do território nacional. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que a relação de preços entre o hidratado e a gasolina, na última semana de 14/01 até 20/01, uma paridade de 61,3% e um diferencial de R$ 2,16 por litro. Essa elevada competitividade registrada nos últimos meses foi ratificada nos dados preliminares de consumo de combustíveis publicados pela ANP nesta semana. O volume consumido de etanolhidratado totalizou 1,88 bilhão de litros no País, e resultou em uma participação do hidratado de 24,2% no total consumido de combustíveis pela frota de autoveículos leves – maior índice nos últimos 21 meses.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 25,31 bilhões de litros, representando um aumento de 8,25%. O hidratado compreende uma venda no volume de 15,22 bilhões de litros ( 13,41%), enquanto o anidro de 10,09 bilhões ( 1,31%).
Mercado de CBios
Dados da B3, de 1º de janeiro até o dia 24, indicam a emissão de 2,66 milhões de créditos emitidos. Em posse da parte obrigada do programa RenovaBio há cerca de 35,19 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022, 2023 e 2024, até o momento, subtraída a meta efetivamente cumprida referente ao ano de 2022.