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Fim do El Niño em abril deve marcar início de La Niña

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Por Pasquale Augusto

O NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), autoridade climática global, projeta que o fenômeno climático La Niña deve começar em junho de 2024, após o El Niño, que está em seu pico e previsto para terminar em março, com período de neutralidade em abril.

O La Niña é um fenômeno caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, o oposto do que ocorre com o El Niño. Da mesma forma deste, o La Niña mexe com toda a circulação atmosférica no mundo todo.

No Brasil, as chuvas tendem a ficar mais volumosas que o normal no Norte e no Nordeste, e o tempo fica mais seco em amplas áreas do Centro-Sul do país, especialmente o Sul, que fica mais vulnerável a eventos de seca, que traz déficit hídrico no solo e acaba prejudicando algumas culturas.

Com relação às temperaturas, em geral, costuma-se ter condições de tempo mais ameno e frio com La Niña, o que não deixa de ser verdade, uma vez que há maior favorabilidade para a entrada de massas de ar frio de origem polar sobre o país, e geadas ocorrem com maior frequência em invernos sob o La Niña, com maiores chances de até ocorrerem de forma tardia, já na primavera.

De acordo com a porta-voz da Climatempo e especialista em agronegócio, Luiza Cardoso, o início do fenômeno deve resultar em estiagem para a soja e milho no Sul do Brasil.

“O El Niño, neste último ano, trouxe problemas para o Sul do Brasil, com muitas chuvas, o que atrapalhou lavouras, principalmente do trigo. O fenômeno climático também resultou em impactos na safra de soja 23/24, com a falta de chuvas no Centro-Oeste, em especial no Mato Grosso”, explica.

Quais os impactos com o La Niña?

Cardoso ressalta que a chegada do fenômeno climático também afeta o agronegócio, mas com cenários opostos. “A região Sul do Brasil pode enfrentar uma estiagem severa. Nos últimos anos, entre 2020 e 2022, houve La Niña, que resultou nestes impactos e prejudicou diferentes cultivos, como trigo, soja e milho. O fenômeno também resulta em altas temperaturas”, analisa.

No Nordeste, por outro lado, haverá chuva acima da média, o que pode ser benéfico. “Já no Centro-Oeste, o atraso de chuva da primavera por conta do La Niña deve prejudicar áreas de soja, arroz e milho, mas não impacta tanto a região como o El Niño”, pontua.

Por fim, no Sudeste, algumas áreas de café do Sudeste podem ser afetadas, em especial Minas Gerais e São Paulo. “Em 2021, a maioria das lavouras secaram e prejudicou a florada e a colheita da safra seguinte, o que poderia causar em impactos na safra 24/25, com os cafeicultores registrando fortes perdas entre 2020 e 2021”, finaliza (Money Times, 13/1/24)

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