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Lula: Amazônia preservada para gerar ciência e dinheiro, não como santuário

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Presidente defendeu que países busquem soluções para a floresta que incluam o povo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7) em Santarém (PA) que a Amazônia não deve ser tratada como um santuário, mas sim ser preservada para gerar ciência e dinheiro para a população que vive na região.

“A Amazônia não é só a copa das árvores, não é só os rios. Lá moram milhões de amazônidas que querem viver bem, trabalhar, comer, ter aquilo que produz, além de querer preservar, não como santuário, mas preservar como um fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro para que a gente possa encontrar um jeito de preservar ganhando dinheiro, para o povo possa viver dignamente”, disse.

O presidente Lula desembarcou nesta segunda-feira em Belém para participar da Cúpula da Amazônia. A cúpula reunirá líderes dos oito países da Amazônia nos dias 8 e 9 de agosto, além de autoridades de outras nações detentoras de grandes florestas tropicais (Congo, República Democrática do Congo e Indonésia).

Segundo o presidente, o objetivo do encontro é preparar uma proposta que mostre ao mundo o que desejam os países da Amazônia: “A gente quer dizer para eles [outros países] que a gente quer cuidar da nossa fauna, da nossa floresta, das nossas águas, mas sobretudo a gente tem que cuidar de uma coisa que eles acham insignificante, chamada povo.”

Um dos pontos de impasse no texto final da Cúpula da Amazônia é a inclusão de uma moratória à exploração de petróleo na Amazônia. A medida opõe especialmente os presidentes de Colômbia e Brasil. Enquanto Gustavo Petro defende a ideia, Lula não quer assumir o compromisso, propondo que o foco do acordo seja o fim do desmatamento até 2030.

Abrir poços na bacia da Foz do Amazonas, na chamada margem equatorial brasileira, é um objetivo da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia e até do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A estatal busca junto ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovavéis) liberação para iniciar a prospecção.

Questionado por jornalistas nesta segunda-feira em Belém se pretende apressar o processo de licenciamento de petróleo no bioma, Lula preferiu não responder. “Você acha que eu vim aqui para discutir isso agora?”, disse o presidente ao chegar no hotel em que ficará hospedado.

Em eventos recentes, Lula tem feito críticas à postura de países ricos em relação ao financiamento de ações contra mudanças climáticas e apontado um desconhecimento do restante do mundo sobre a Amazônia. Em diversos atos oficiais nos últimos meses, o petista tem repetido que a floresta não pode ser vista apenas como um santuário ecológico.

Lula conheceu na manhã desta segunda-feira em Santarém (PA) o Navio Hospital Escola Abaré, credenciado pelo SUS para levar saúde às populações ribeirinhas de áreas remotas da Amazônia. O projeto foi implantado na região do Baixo Tapajós pela ONG Projeto Saúde e Alegria em parceria com prefeituras, universidades e organizações locais.

Depois, ele participou da inauguração da infovia que liga Santarém a Manaus, levando internet banda larga para 11 municípios da região. Representantes de sindicatos, lideranças indígenas, universitários e agricultores lotaram o local onde foi montada a estrutura para receber Lula.

Lula, a primeira-dama Janja e assessores passaram o fim de semana em Alter do Chão, distrito de Santarém, e ficaram hospedados na Casa do Saulo, hotel e restaurante na praia do Carapanari, às margens do rio Tapajós. Ele ficou em um dos dez bangalôs do local.

No domingo (6), banhistas que estavam em uma praia do rio Tapajós afirmam ter sido retirados do local pela segurança de Lula para a permanência do petista no local. A Presidência da República não comentou o caso. A Marinha disse que está apurando o caso (Folha, 8/8/23)

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