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Novas sanções dos EUA devem vir com julgamento de Bolsonaro no STF

Deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, criticou a atuação do governo brasileiro nas negociações bilaterais.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), avalia que o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) pode provocar novas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.

“Com o julgamento do Bolsonaro no Supremo, iniciado hoje, o componente político dessa disputa entre Brasil e Estados Unidos se torna ainda mais pesado. Vêm sanções novas americanas, tenho certeza de que algo deve vir por aí”, afirmou Lupion a jornalistas após reunião semanal da bancada. “Não sei se serão sanções comerciais, políticas, judiciais, se será Lei Magnitsky para mais algum ministro, para mais alguém envolvido nesse processo, mas imagino que alguma reação virá”, acrescentou.

Lupion disse não saber precisar de que ordem podem ser essas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil, mas afirmou imaginar que deve vir uma “reação pesada”.

“Não sei efetivamente qual será a iniciativa do Departamento de Estado americano, mas não tenho dúvida de que algo pesado vem por aí. Justamente porque a questão política do julgamento do presidente Bolsonaro é algo que o presidente americano já deixou muito claro que não aceita esse fato e que usaria todas as medidas necessárias para isso”, observou Lupion. Ele esclareceu que se trata da sua interpretação sobre as declarações e posicionamentos recentes do governo americano.

O presidente da FPA afirmou, ainda, que há preocupação do setor produtivo com as sanções dos Estados Unidos contra países que importam matérias-primas russas, caso do Brasil que se abastece de óleo diesel e fertilizantes russos.

“Mais de 90% dos fertilizantes vêm de fora, sendo boa parte da Rússia. O setor produtivo depende essencialmente do fornecimento da Rússia, da Ucrânia, do Canadá e dos Estados Unidos. No caso do diesel, não há de onde importar se não for da Rússia”, apontou Lupion.

Ele destacou que o tema será tratado pelas mais de 100 entidades do setor produtivo durante a defesa à investigação aberta pelo Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) que será nesta semana em audiência pública em Washington.

Lupion criticou a atuação do governo brasileiro nas negociações bilaterais. Para ele, foi um erro a abertura do processo para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica pelo governo brasileiro contra os Estados Unidos.

“Essa tratativa de aplicar efetivamente a Lei da Reciprocidade, justamente na véspera da defesa nos Estados Unidos é algo extremamente preocupante, o que dificulta muito a negociação e dificulta a defesa do setor produtivo na USTR. Começar a avaliar a reciprocidade na véspera dessa defesa é algo que, obviamente, atrapalha muito”, alertou.

“Para o governo isso virou uma onda a ser surfada e uma oportunidade de resgate da imagem na questão da soberania. Isso se tornou para o governo uma questão muito mais política do que uma questão de mercado, o que gera bastante preocupação”, apontou.

O presidente da FPA destacou que setores como carne bovina, café e madeira seguem muito afetados pelo tarifaço de 50% com exportações inviabilizadas ao mercado americano (Estadão, 3/9/25)

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