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Cosan já tem demanda para cobrir fatia de mercado em captação de R$ 10 bi

A oferta é dividida em duas fases e o fechamento da primeira deve ser em 3 de novembro

A Cosan já tem demanda suficiente para cobrir a parcela que será negociada no mercado na captação de R$ 10 bilhões da companhia. A oferta de ações tem uma parcela de R$ 7,25 bilhões ancorada pelo BTG Pactual, a gestora Perfin e os family offices ligados à família Ometto, Aguassanta e Queluz, apurou a Coluna. O interesse no restante ocorre apesar do inédito prazo de dois anos de lockup (período durante no qual investidores não podem vender as ações) imposto para a primeira parte da venda. Segundo fontes, diante do número de investidores interessados, a indicação é de que não seria necessário realizar uma segunda oferta, que está prevista no desenho fechado da captação, e que não tem lockup.

A oferta tem o próprio BTG, o Bradesco BBI, além do Santander, Citi, JPMorgan e Itaú BBA como coordenadores.

A demanda no mercado vem de gestoras e é puxada pela tese de que vale a pena correr o risco do lockup, já que o grupo tem boas companhias e que mesmo a Raízen, que tem maior alavancagem e a reestruturação é mais urgente, tem tempo suficiente para reorganizar sua operação. Além disso, o preço do papel é considerado atrativo. O interesse pela ação foi sentido em recentes reuniões com gestoras, de acordo com fontes.

A oferta é dividida em duas fases e o fechamento da primeira está previsto para 3 de novembro. Nela, haverá oferta de até R$ 1,8 bilhão (362,5 milhões de ações), ao preço de R$ 5,00, o mesmo preço pelo qual os âncoras estão subscrevendo, com um lockup de dois anos para metade e de 100 dias para a outra metade. Uma segunda oferta virá no dia 11 de novembro, ao mesmo preço, sem lockup, mas de montante que dependerá do quanto foi subscrito na primeira fase e que, conforme já anunciado, poderia chegar a R$ 2,75 bilhões (550 milhões de ações), considerando lotes adicionais.

Rubens Ometto segue como sócio majoritário

O controlador, Rubens Ometto, permanece como sócio majoritário, com 50,01% de participação nas ações ordinárias, e mantém sua posição como presidente do conselho. Já o BTG e a Perfin ingressam com participação combinada de 49,99%. Os três sócios firmaram acordo de acionistas e em conjunto passam a deter 55% do capital social da Cosan.

O grupo Cosan vem desde o ano passado buscando melhorar a estrutura de seu capital e endividamento, o que já levou à venda de participação bilionária na operação de metais da Vale e à venda de várias usinas da Raízen. No fim do segundo trimestre, a alavancagem estava em 3,4 vezes, 0,6 vez acima do registrado nos três meses anteriores.

Após a injeção de capital, a dívida da Cosan deve cair para R$ 13,7 bilhões (de R$ 23,7 bilhões no segundo trimestre), incluindo R$ 6,2 bilhões em valor de resgate de ações preferenciais, antes de contabilizar o consumo de caixa contínuo da holding. A intenção da Cosan é, no futuro, zerar a dívida fiscalmente ineficiente.

Procurados, a Cosan e os bancos não comentaram (Estadão, 24/10/25)

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