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Raízen diz que preços favoráveis do etanol 2G aceleram investimentos

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“Sobre aumento de investimentos, nós mais do que compensamos isso com preços”, disse Mussa, citando valores sustentados do E2G no mercado spot europeu, por exemplo (Imagem: Divulgação/ Facebook Raízen)

Raízen (RAIZ4) avalia que os preços do etanol de segunda geração (E2G) mais do que compensarão o aumento do investimento anunciado para a temporada 2022/23, disse o presidente-executivo da gigante do setor sucroenergético, Ricardo Mussa.

Ele comentou ainda, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre, que a companhia deve avançar mais nas fixações de preços de açúcar, à medida que projeta níveis “fantásticos” para o mercado do adoçante, e também vê boas margens do mercado de diesel nos países onde atua.

Do total de investimentos anunciados para a safra 2022/23 (abril/março) de até 12 bilhões de reais, a área de Renováveis e Açúcar responderá por até 9,5 bilhões de reais daquele montante, enquanto os projetos de etanol 2G têm previstos fatia de até 3,4 bilhões de reais, informou a empresa na última sexta-feira.

Isso representa um salto na comparação com os 679 milhões de reais de 2021/22, uma vez que a empresa está com três unidades de E2G em construção e prevê outras em breve, conforme seu plano divulgado no processo de oferta de ações.

“Sobre aumento de investimentos, nós mais do que compensamos isso com preços”, disse Mussa, citando valores sustentados do E2G no mercado spot europeu, por exemplo.

“Os retornos das unidades são melhores do que esperávamos inicialmente”, disse ele, acrescentando também que compradores estão buscando contratos com prazos mais longos, de cerca de dez anos, contra cinco a sete anos anteriormente, uma vantagem competitiva da Raízen.

Todos os projetos têm 80% do volume comercializado em contratos de longo prazo.

“Muito mais demanda que antecipamos, preços muito maiores compensam os investimentos, e os retornos dos investimentos permanecem bem maiores do que tivemos durante o processo de IPO.”

A companhia, joint venture da Cosan (CSAN3) com a Shell, prevê a ampliação da produção do E2G para 280 milhões de litros a partir de 2024, aumentando em mais de 50% a capacidade de produção do combustível celulósico até 2030/31, com 20 unidades produtivas.

“Nós já temos ritmo para isso (20 unidades), não vejo riscos, com o mercado com forte demanda e podemos decidir quanto podemos ir rápido e quanto risco podemos tomar”, disse Mussa.

O executivo disse que os investimentos em canaviais também cresceram, em meio a custos mais elevados com fertilizante e diesel. Mas ressaltou que tais aportes compensam pelas maiores produtividades esperadas.

“Ainda vemos preços em 2022/23 e 2023/24 fantásticos, estamos progredindo em hedge de açúcar, porque vemos, apesar do backwardation, ainda vemos níveis preços muito altos para nós.”

Os preços hedgeados da Raízen para a safra atual estão 13% acima dos da safra anterior, a 85 centavos de real por libra-peso, enquanto os valores para 2023/24 estão 21% acima do ciclo atual.

“Isso explica investimentos para aumentar a produtividade”, afirmou.

Margens de diesel

Segundo o CEO da Raízen, também uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, as margens de diesel estão estruturalmente “melhores” no país.

“As restrições que vemos na oferta de diesel no Brasil, em particular, está ajudando nas margens, isso é estrutural, as margens estão melhorando, os volume estão melhorando, e não vemos mudanças neste cenário em seis meses, pelo menos, ou até o final do ano, e ficando melhor e melhor”, disse.

Ele lembrou que o Brasil precisa importar mais especialmente em período de maior demanda, e que a Raízen também tem o “papel de garantir oferta” ao país, e está importando, mas sem incorrer em perdas.

Ele lembrou ainda que a Raízen também prioriza o atendimento dos postos com bandeira Shell (Reuters, 16/5/22)

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