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Diesel pode faltar no mercado interno brasileiro, diz FUP

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Segundo um alerta da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o mercado interno brasileiro de diesel corre o risco de desabastecimento no início do segundo semestre deste ano, “em função da prevista escassez de oferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais”.

Em nota publicada no site, a federação afirma que o Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor.

A FUP ainda cita que “a demanda brasileira pelo produto tende a aumentar a partir de junho/julho próximo com o aumento da safra agrícola, a maior circulação de caminhões e a esperada retomada do consumo no período pós pandemia da covid-19”.

“A dependência pelo produto importado revela o equívoco da política do governo Bolsonaro, que não criou novas refinarias, reduziu investimentos no setor do refino e decidiu vender unidades da Petrobras”, diz a FUP.

“Uma política de desmonte que, com base na política de preço de paridade de importação de combustíveis, contribuiu para a escalada da inflação, atualmente em 12% ao ano”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em nota.

Para Bacelar, o fornecimento de diesel “tornou-se tema de grave preocupação desde que as sanções contra a Rússia alteraram o comércio de combustível”.

“A Índia está produzindo diesel com petróleo russo e exportando para a Ásia e Brasil. Porém, grande parte do diesel importado pelo Brasil, cerca de 80%, é fornecido pelos Estados Unidos, que estão mandando muito produto para a Europa. Há possibilidade real de faltar diesel no mercado brasileiro ou de o preço desse combustível explodir no país”, ressalta Bacelar.

O governo, segundo o presidente da FUP, errou em não ter concluído o segundo trem da Refinaria Abreu Lima (Rnest/PE), especializada na produção de diesel.

“Errou também ao não investir no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), e ao não construir unidades de coqueamento em algumas refinarias do país — como na refinaria da Bahia, privatizada no fim do ano passado –, que deveriam estar produzindo diesel ao invés de óleos combustíveis”, continua Bacelar.

O alerta foi feito na terça-feira (24), quando aconteceu mais uma troca no comando da Petrobras.

No dia, José Mauro Ferreira Coelho foi demitido da presidência da estatal, apenas 40 dias após sua posse, e Caio de Andrade foi indicado para substituí-lo. Ambos os fatos reforçam a avaliação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende forçar uma mudança na atual política de preços da Petrobras, que acompanha a variação do petróleo no mercado internacional (Money Times, 26/5/22)

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