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UE expõe divisão em meio a pedidos para adiar lei de desmatamento

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Prevista para 30 de dezembro, lei exigirá que carne, café e outros produtos só entrem no bloco se não causaram a destruição de florestas.

Parlamentares da União Europeia estão divididos sobre um possível adiamento da proibição da importação de bens relacionados ao desmatamento, aumentando a pressão sobre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que busca apoio para ficar no cargo por mais um mandato.

A lei de desmatamento da UE vai exigir que empresas e comerciantes de carne, café, óleo de palma e outros produtos do bloco provem que a cadeia de suprimentos desses bens não contribui para a destruição de florestas. A entrada em vigor está prevista para 30 de dezembro.

Em comunicado publicado nesta quinta-feira (27), o parlamentar Peter Liese — porta-voz de meio ambiente do grupo político EPP (Partido do Povo Europeu, na sigla em inglês), a mesma legenda da presidente — pediu que Bruxelas atrase e amenize a legislação, a qual chamou de “monstro burocrático”.

“Muitos pequenos produtores do mundo, e até pequenos donos de terras florestais na União Europeia, não podem trabalhar com base nesse texto”, disse.

Espera-se que os líderes da UE apoiem nesta quinta-feira um segundo mandato de Von der Leyen como presidente da Comissão Europeia. Mas ela ainda precisa dos votos da maioria do Parlamento Europeu. Isso exigirá apoio não apenas do EPP, mas também de parlamentares que a pressionam a não suavizar as políticas ambientais.

Uma fonte do Socialistas e Democratas (S&D), segundo maior grupo político da Casa, após o EPP, afirmou que o bloco “se opõe totalmente” ao adiamento da lei de desmatamento.

“É claramente um não para o S&D. A Comissão tem a obrigação de implementar a lei”, afirmou.

Os Verdes também se opõem à ideia. Von der Leyen precisa do apoio deles para obter uma maioria confortável.

O Parlamento Europeu aprovou a política de desmatamento no ano passado, por meio de uma ampla maioria: foram 552 votos favoráveis, 44 contrários e 43 abstenções. Mas a lei foi criticada por países como os Estados Unidos e produtores de azeite de dendê na Malásia e na Indonésia.

O enviado de Clima da UE, Tony Agotha, afirmou que o bloco deveria apoiar países preocupados sobre como as políticas verdes da UE podem afetar suas economias. A lei “foi feita por uma razão”, disse.

“A UE é uma grande partícipe: 10% do desmatamento global, por meio do consumo de café, azeite de dendê, borracha, soja, madeira, carne. Você escolhe. Isso é um problema, e não queremos mais ser um”, afirmou Agotha nesta quinta-feira (Reuters, 27/6/24

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