Na primeira quinzena de junho, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 49 milhões de toneladas ante a 40,67 milhões da safra 2023/2024 – o que representa avanço de 20,48%. No acumulado da safra 2024/2025 até 16 de junho, a moagem atingiu 189,46 milhões de toneladas, ante 167,29 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior – crescimento de 13,25%.
O diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, explica que “a variação quinzenal da moagem deve ser vista com cautela, pois a base de referência do ano passado foi prejudicada pela condição climática que impactou a moagem em junho de 2023”.
Nos primeiros quinze dias de junho, oito unidades deram início à moagem da safra 2024/2025. Ao término da quinzena, permanecem em operação 255 unidades no Centro-Sul, sendo 238 unidades com processamento de cana-de-açúcar, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e oito usinas flex.
Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de junho atingiu 134,47 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 135,25 kg por tonelada na safra 2023/2024 – variação negativa de 0,58%. No acumulado da safra, o indicador marca 125,38 kg de ATR por tonelada, queda de -1,34%.
“Apesar do clima mais seco neste ano, não se observa um avanço na concentração de ATR. O desenvolvimento fisiológico da lavoura foi comprometido pela condição climática desfavorável, prejudicando também a qualidade da matéria-prima”, acrescenta o executivo.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de junho totalizou 3,12 milhões de toneladas, registrando avanço de 20,48% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (2,56 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 16 de junho, a fabricação do adoçante totalizou 10,95 milhões de toneladas, contra 9,57 milhões de toneladas do ciclo anterior (+14,42%).
Rodrigues ressalta que “a maior parte do crescimento na produção de açúcar decorre do aumento da moagem, que atingiu 13,25% até o momento. A produção de açúcar por tonelada de matéria-prima avançou pouco até o momento, saindo de 57,21 quilos de açúcar por tonelada de cana no ciclo 2023/2024 para 57,8 quilos, no acumulado da safra atual”.
Na primeira metade de junho, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,25 bilhões de litros, sendo 1,32 bilhão de litros de etanol hidratado (+29,56%) e 926,83 milhões de litros de etanol anidro (+4,85%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 8,71 bilhões de litros (+12,24%), sendo 5,64 bilhões de etanol hidratado (+25,91%) e 3,07 bilhões de anidro (-6,43%).
Do total de etanol obtido na primeira quinzena de junho, 14% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 306,34 milhões de litros neste ano, contra 258,37 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2023/2024 – aumento de 18,56%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,51 bilhão de litros – avanço de 26,6% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias de junho, as vendas de etanol totalizaram 1,44 bilhão de litros, o que representa uma variação positiva de 17,87% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 904,95 milhões de litros, o que representa alta de 44,53% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 498,27 milhões de litros, retração de 4,77%.
No acumulado da safra 24/25, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 7,25 bilhões de litros, registrando crescimento de 26,21%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 4,78 bilhões de litros (+48,34%), enquanto o de anidro alcançou 2,47 bilhão de litros (-2,08%).
“Seguindo movimento observado desde o início de 2024, as vendas de etanol hidratado continuam registrando crescimento anual robusto, com média superior a 40%, refletindo a competitividade do biocombustível na bomba e a preferência do consumidor”, destaca Rodrigues.