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Haddad diz que Lula pediu ajustes para ‘turbinar’ linha no Plano Safra

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Lançamento de nova edição do programa foi adiada, gerando reações de agricultores.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quarta-feira (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ajustes no Plano Safra, cujo lançamento foi adiado para a próxima semana. Segundo ele, o mandatário quer “turbinar” uma linha dentro do programa de crédito ao agronegócio.

“Esse atraso foi para melhorar o Plano Safra. Nós apresentamos o Plano Safra para o presidente, ele pediu ajustes para melhorar”, afirmou Haddad. “Não se trata de mais equalização. Se trata de uma linha específica que ele pediu para turbinar e que não tem impacto fiscal”, completou.

O Plano Safra prevê linhas de crédito e incentivos para o setor, tendo como destinatários desde agricultores familiares a mega produtores. O lançamento da edição 2024/2025 estava previsto para esta semana, mas teve o adiamento anunciado na terça (25) –provocando reações de empresários e da bancada ruralista no Congresso. O evento foi remarcado para o dia 3 de julho.

O programa é reanalisado enquanto o governo ainda tem uma relação delicada com o agronegócio. Há pouco mais de duas semanas, o presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins, afirmou durante almoço com a bancada ruralista que o país vive sob um desgoverno. Martins também disse que se recusava a falar com Lula sobre a MP (medida provisória) do PIS/Cofins e que teria chegado a hora de “darmos um basta nesse governo”.

A gestão petista tenta desde a posse, em janeiro de 2023, uma aproximação com o agronegócio, setor que esteve muito associado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Alguns empresários de estados mais ligados à atividade agropecuária foram acusados de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro daquele ano.

Em um dos momentos de maior tensão, a tradicional feira agropecuária Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), chegou a desconvidar o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) para a sua abertura porque Bolsonaro já era presença confirmada.

O governo então buscou se aproximar do setor com medidas de crédito. Uma das medida foi justamente elaborar o maior Plano Safra da história no ano passado, com R$ 364 bilhões em crédito anunciados (Folha, 27/6/24)

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