Por Paulo Junqueira
“Um comunista quando fala, mente. Quando cala, encobre. Quando tem poder, rouba. Quando perde o poder, destrói. Assim constroem suas histórias” – Margaret Thatcher, a primeira-ministra do Reino Unida com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. Thatcher também era conhecida pela alcunha “Dama de Ferro”

Por Paulo Junqueira
O jornal mais influente e de maior tiragem dos Estados Unidos, o The New York Times e, simultaneamente, o site de maior prestígio e com o maior número de seguidores do setor político e econômico norte-americano, o “Politico”, publicaram em suas edições desta última sexta-feira (11), os bastidores que antecederam ao ruidoso anúncio feito pelo presidente Donald Trump e que atinge o Brasil com um tarifaço na ordem de 50% de suas exportações para aquele país.
Na avaliação de ambos os líderes da mídia dos EUA, os motivos que levaram a fazer o anúncio, pela ordem de prioridade seriam os seguintes: a insistência de Lula em defender e propagar a ideia de abolição do dólar como moeda nas negociações dos países que integram o BRICS; as bravatas apregoadas pelo governo Lula e os arroubos da diplomacia brasileira comandada pelo ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e do Assessor Especial Celso Amorim.
A menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro não passaria de uma manifestação de cunho pessoal do presidente Trump. É claro, e esperamos, que a questão da tarifa dos 50% sobre as exportações brasileiras sejam negociadas a exemplo do que praticamente todos os países atingidos pelas novas tarifas ditadas pelos EUA às suas importações vem fazendo.

Foto Reprodução UOL
Há de se lamentar que desde a posse de Trump o governo Lula não fizesse nada, absolutamente nada, para se aproximar do líder do segundo maior importador dos produtos brasileiros. E, a manchete da Folha de S.Paulo deste domingo (13) “Lula prepara ofensiva para dialogar com empresários e expor Bolsonaro como pai do tarifaço” traz a mais nova narrativa e slogan que o marketing petista cria, com dinheiro público: “Defenda o Brasil!”
Os brasileiros, aqueles que trabalham duro para manter suas famílias e enfrentam a escalada escorchante dos juros abusivos e da total ineficiência das onerosas 38 pastas ministeriais, sendo 31 ministérios, três secretarias e quatro órgãos equivalentes a ministérios, sabem distinguir a verdade das mentiras apregoadas, por este governo. Assim que tomou posse, Lula adotou o slogan “União e reconstrução”.
A “união” nunca foi vista, ao contrário, o governo adotou uma polarização inclemente e aguçada nas narrativas dos “nós contra eles” recentemente adotada por orientação do ministro marqueteiro Sidonio Palmeira para esconder a responsabilidade do seu governo em escândalos como o roubo dos aposentados e pensionistas do INSS e o vergonhoso aumento de impostos implementados sem que a redução dos gastos públicos seja enfrentada com responsabilidade, dentre outras anomalias.
E a única “reconstrução” que vemos são os vultuosos e assustadores prejuízos pelas empresas públicas como os Correios e até mesmo o Banco do Brasil: “A estimativa de lucro líquido do Banco do Brasil para o segundo trimestre foi cortada para R$ 5,4 bilhões, uma redução de 15,62% em comparação com os R$ 6,4 bilhões previstos em maio. Este valor representa uma queda de 43,5% em relação ao ano anterior e 27% em comparação com o trimestre anterior” (Fonte site Seu Dinheiro, 7/7/25).
BRICS

O presidente Lula, no primeiro plano e o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores e o assessor especial Celso Amorim. Ambos são apontados de conduzirem a diplomacia ideológica do governo brasileiro.
A desfaçatez, a invencionice e as inverdades usadas para fundamentar as narrativas governamentais implicam mesmo o BRICS pois enquanto Lula é o único presidente dos países que formam o bloco a defender a abolição do dólar como moeda usada no comércio exterior, a China já vem fazendo uso de moedas locais em suas trocas comerciais.
Há inclusive um departamento no Bank of China responsável por transações feitas com o Vietnam e a Coreia do Norte, dentre outros países. Aqui a medida defendida publicamente pelo governo Lula sequer conseguiu implementar a proposta ao nível dos países que formam o Mercosul.
Outro dado que impressiona, é que nas últimas seis eleições presidenciais, o PT venceu em cinco mas o governo imputa ao ex-presidente o empobrecimento dos brasileiros.
Em 2010, ano seguinte à criação dos BRICs, o PIB do Brasil era de US$ 2,2 trilhões. O da China era US$ 6 trilhões, a Índia US$ 1,6 tri, e a Rússia era US$ 1,5 tri. Quinze anos depois da criação dos BRICs, o PIB da China é hoje de US$ 19 trilhões. O da Índia é US$ 4,2 tri e a Rússia de US$ 2 tri. O do Brasil diminuiu para US$ 2,17 trilhões.
Mais um dado para desmistificar as narrativas do governo e até mesmo do sistema judiciário na questão que envolve as “big techs” e envolve a gigantesca dependência digital do país com relação aos EUA. Hoje 60% da carga digital brasileira está hospedada em datacenters no estado da Virgínia nos EUA.
Isso inclui sites, aplicativos, comércio eletrônico, operações bancárias, Pix e até serviços públicos como o SUS. O país precisa cair em si sobre a importância de ter sua própria infraestrutura digital, segundo dados apresentados em artigo assinado por Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, na Folha de S.Paulo deste domingo (13).
Ao invés das narrativas nefastas, o governo fraco de Lula deveria se preocupar em cortar gastos, diminuir os juros e criar um ambiente favorável de negócios, através de projetos sustentáveis construindo pontes ao invés de estimular esta inabilidade diplomática que causou o arrefecimento das relações mantidas historicamente com os Estados Unidos (Paulo Junqueira é advogado, produtor rural, presidente do Sindicato e Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural Vale do Rio Pardo/ 14/7/25)