Projeto da empresa previa a construção de unidades em Paranaíba (MS) e União de Minas (MG), com aporte de R$ 600 milhões por usina.
A Usina Coruripe, 8ª maior do setor sucroenergético, suspendeu o plano de ampliar a capacidade de moagem dos atuais 16,2 milhões para até 25 milhões de toneladas de cana/ano. O projeto previa a construção de duas unidades em Paranaíba (MS) e União de Minas (MG), com aporte de R$ 600 milhões por usina.
Com os juros altos, a prioridade passou a ser a contenção da dívida líquida de R$ 3,75 bilhões, diz o presidente, Mario Lorencatto. Este ano, a usina recomprou US$ 300 milhões em títulos de dívida e planeja emitir até o fim de 2025 um Certificado de Recebíveis do Agronegócio. “Cerca de 80% do caixa operacional vai para o serviço da dívida. Com juros reais próximos de 20%, fica difícil garantir retorno em commodities”, diz.
Operação diminui, mas receita cresce
O recuo nos investimentos acompanha a leve queda nos indicadores operacionais, apesar da receita líquida recorde de R$ 4,8 bilhões na safra 2024/25. A moagem caiu 3%, para 15,8 milhões de toneladas de cana, e a produção de açúcar recuou 7%, para 1,15 milhão de toneladas.
Contratos fixados são proteção
A queda do preço externo do açúcar não preocupa a Coruripe, que fixou 75% da produção prevista para 2025/26 a preços entre R$ 2.700 e R$ 2.800/tonelada, acima dos atuais R$ 2.000. A qualidade da cana elevará a participação do açúcar no mix de 65% para 70%. Isso deve permitir um suave recuo da receita, para cerca de R$ 4,7 bilhões (Estadão, 15/7/25)