As ações da Raízen desabavam nesta quinta-feira (14), após a divulgação do balanço do primeiro trimestre da safra 2025/26, com prejuízo de R$ 1,8 bilhão, enquanto a dívida líquida saltou para R$ 49,2 bilhões, de R$ 31,6 bilhões um ano antes.
Por volta de 10h40, as PNs da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell afundavam 10,83%, a R$ 1,07, queda percentual que, se confirmada no fechamento, será a maior da sua história. Na mínima, os papéis chegaram a R$1,02 —piso histórico intradia. No mesmo horário, as ações da Cosan perdiam 3,98% e o Ibovespa cedia 0,6%.
“Com um custo líquido da dívida de R$ 1,6 bilhão no trimestre (R$ 6,2 bilhões anualizados), a Raízen precisa acelerar o processo de desalavancagem”, afirmaram analistas do BTG Pactual em relatório enviado a clientes (Reuters, 14/8/25)
Cosan vê prejuízo quadruplicar, para R$ 946 milhões, com peso da Raízen

Cosan. (FotoDivulgação-Cosan)
A Cosan teve um prejuízo líquido de R$ 946 milhões no segundo trimestre de 2025, número quase quatro vezes maior do que o resultado negativo de R$ 227 milhões do mesmo período do ano passado.
A receita líquida consolidada, envolvendo todas as participações em empresas, foi de R$ 10,4 bilhões, queda de 2% no ano. O prejuízo líquido foi de R$ 946 milhões, frente R$ 227 milhões negativos um ano antes.
Em grande parte, o resultado foi impactado pelo reconhecimento de créditos tributários ocorridos na Raízen (RAIZ3) e à saída da participação na Vale (VALE3). A equivalência patrimonial da Cosan trouxe um prejuízo de R$ 173 milhões, sendo que, um ano antes, ela havia sido positiva em R$ 1,3 bilhão.
Raízen pesa no resultado da Cosan
A Raízen, controlada pela empresa, vem em uma toada negativa. Após a publicação de resultado ontem, por exemplo, as ações da companhia despencaram cerca de 12,5% nesta quinta, com analistas destacando o endividamento da companhia.
A alavancagem da Raízen disparou, chegando a 4,5x — relação entre a dívida líquida e o Ebitda, crescendo mais que o dobro na comparação anual. A empresa, durante teleconferência, declarou que avalia a venda de ativos. A companhia já vendeu no primeiro semestre a usina Leme e a MB, além de ter hibernado a Santa Elisa.
Voltando à Cosan, a holding registrou R$ 78 milhões em despesas gerais e administrativas no 2T25, inferior em R$ 34 milhões na comparação entre períodos, devido a redução do programa de remuneração de incentivo de longo prazo.
A empresa registrou um resultado financeiro negativo em R$ 657 milhões, menor do que o R$ 1,5 bilhão do 2T24.
“O custo da dívida bruta no segundo trimestre de 2025 foi de R$ 580 milhões, redução de R$ 622 milhões no ano, em razão das ações de liability management realizadas ao longo dos últimos 12 meses”, explica a Cosan no documento publicado na noite desta quinta-feira (14).
A empresa fechou junho com uma dívida líquida de R$ 17,5 bilhões, contra R$ 21,5 bilhões no 2T24 (Money Times, 15/8/25)