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Guerra tarifária traz momento muito benéfico para o Brasil, diz Troyjo

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Brasil é o único país capaz de atender a produção de alimentos que a China e os mercados internacionais necessitam, afirma Marcos Troyjo.

“Senhoras e senhoras afivelem os cintos porque vamos enfrentar uma ‘trumpulência’”, brincou Marcos Troyjo, economista e ex-presidente do Banco do Brics, em evento nesta terça-feira (15/4) em São Paulo. Mas, em sua avaliação, o momento pode ser muito benéfico para o Brasil.

“Em uma lógica global de produção, a ideia de eficiência liderava o caminho. Agora, a eficiência ainda está lá, mas o comandante é a geopolítica, que ficou super central nas nossas vidas, dos países e das empresas”, pontuou.

Troyjo explica que o termo ‘trumpulência’ engloba o presidente americano Donald Trump, mas também turbulência e opulência, destacando a força dos Estados Unidos. Troyjo cita como exemplo para a força americana que o Estado mais pobre, o Mississipi, tem renda per capita maior do que a França, Reino Unido, Itália e Japão. Ele também destaca que nove dentre as dez principais empresas mundiais são americanas, sendo que Nvidia, Microsoft e Apple, separadamente, já têm valores superiores à bolsa de Frankfurt.

“Se os EUA fazem uma barbeiragem ou acertam alguma coisa, os efeitos são gigantescos. Trump é o motorista de um caminhão jamanta sem controle de velocidade, onde qualquer movimento mais brusco pode ter efeitos mais disruptivos”, disse.

Segundo o economista, os últimos anúncios feitos pela Administração Trump “vão machucar muito os EUA” do ponto de vista comercial e industrial e, consequentemente, outros players mundiais ao redor serão beneficiados.

No contexto da guerra comercial entre China e EUA, é mais provável que a China faça concessões para produtos que não sejam de alimentos, pois, na avaliação do economista, os chineses levam muito a sério a segurança alimentar e irão preferir recorrer a outros mercados.

Para Troyjo, o Brasil é o único país capaz de atender – em volume e velocidade – a produção de alimentos que a China e os mercados internacionais necessitam, e “um poucos países para enfrentar os desafios de produção”.

“Vai ser ruim para a maior parte dos países, mas pode ser potencialmente muito bom para o Brasil. A aversão a risco é potencialmente ruim para a maior parte dos países, mas temos uma chance muito boa. Se administrarmos os ciclos de maneira estratégica, o Brasil pode enriquecer muito”, conclui Troyjo (Globo Rural, 15/4/25)

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