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Açúcar: Chegar a 4 milhões será um desafio

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Por Arnaldo Luiz Corrêa

O mercado futuro de açúcar em NY encerrou o pregão desta sexta-feira com o contrato para vencimento outubro/25 cotado a 16.47 centavos de dólar por libra peso, uma variação positiva de 22 pontos no acumulado semanal, equivalentes a pouco menos de 5 dólares por tonelada. Todos os demais meses de negociação fecharam em território positivo na média de 18 pontos. O câmbio experimentou ligeira valorização de 0.67% frente ao dólar encerrando a R$ 5.3988 (às 5 da tarde).

A UNICA divulgou nesta sexta-feira os números da segunda quinzena de julho, mostrando uma moagem de 50,217 milhões de toneladas de cana, resultado que reflete uma semana muito produtiva, com cana de melhor qualidade, tempo firme e sem interrupções. No acumulado até 1º de agosto, a moagem soma 306,237 milhões de toneladas, queda de 8.57% em relação ao mesmo período do ano passado. Dois pontos chamaram a atenção: um mix de 54.10% para açúcar e uma ATR de 139.62 kg por tonelada, cerca de 2 kg acima do que projetávamos.

O mercado, considerando a média das projeções de diversas consultorias, trabalha com um total de 595 milhões de toneladas para a safra (era 605, mas muita gente revisou para baixo). O acumulado até agora como percentual da safra estimada assumiria que moemos 51.5% do total esperado (306 dividido por 595).

Nos últimos dez anos, apenas em quatro ocasiões o percentual até 1º de agosto ficou abaixo de 51,5%, e normalmente, nesta data, a moagem já representa entre 52% e 53% do total anual. Se aplicarmos essa média histórica, chegaríamos a 591 milhões de toneladas, muito próximo do que o mercado aponta. Para alcançar os 595 milhões, no entanto, precisaríamos moer 289 milhões de toneladas a partir de agora, algo que ocorreu apenas quatro vezes na última década, sempre em safras excepcionais.

Pela média do que se moeu no restante da safra nesses anos, o total final ficaria em torno de 593 milhões de toneladas, o que reforça um consenso em torno de 591 a 593 milhões.

Nas simulações que costumo fazer, tomando como base a relação entre as ATRs efetivas do ano passado e deste ano, chegamos a uma ATR média projetada de 133,59 kg/t. Mantendo uma moagem de 595 milhões, isso resultaria em cerca de 39 milhões de toneladas de açúcar, um número que parece distante dos 40.7 milhões que é a média de 20 consultorias.

Para chegar aos 40.7 milhões de toneladas de açúcar, seria necessário um aumento de 7 kg/t na ATR a partir de agora — cenário improvável — ou elevar o mix de açúcar para 53% — também difícil — ou ainda atingir 605 milhões de toneladas de cana, o que soa fora de alcance. Se considerarmos um ganho mais plausível de 2 kg/t na ATR, como o observado nesta quinzena, chegaríamos a 39,287 milhões de toneladas de açúcar.

Na prática, os dados divulgados tornam bastante difícil alcançar os 40 milhões de toneladas nesta safra. O mercado em NY logo após a divulgação reagiu de forma relativamente neutra, mas os números acabam servindo de munição adicional para os fundos, que seguem apostando contra. Será preciso acompanhar pelo menos mais uma ou duas quinzenas para termos uma visão mais clara sobre o tamanho final da safra.

E por falar em fundos, segundo o relatório distribuído pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência americana reguladora dos mercados de commodities, com base no período de 5 a 12 de agosto, os fundos reduziram a posição vendida para 115,357 lotes. No período citado, os fundos recompraram 35,647 lotes com o mercado movimentando positivamente 85 pontos. Esse é o detalhe que tenho chamado atenção aos que nos acompanham.

Na semana passada os fundos venderam perto de 26,000 lotes e o mercado caiu 50 pontos; nessa semana com 35,600 lotes eles colocaram o mercado para cima 85 pontos. Acreditamos que o preço médio de venda dos fundos deva estar entre 17.50-18.00 centavos de dólar por libra peso.

Mantemos o cenário construtivo no médio prazo, pois não acreditamos que o mercado trabalhe com uma produção de açúcar no Centro-Sul. Como dissemos acima, a média é de 40.7 milhões de toneladas de açúcar.

Nosso colaborador Marcelo Moreira, dá sua visão técnica do mercado: O vencimento out-25 encerrou a 16.44 centavos de dólar por libra-peso. Trabalhou a semana toda acima da média-móvel dos 50 dias, porém respeitando o topo da banda de Bollinger do mesmo período (50 dias). A média-móvel dos 50 dias está convergindo para a média-móvel dos 9 dias (16.46 x 16.41 centavos de dólar por libra-peso).

No curto prazo, se a média-móvel dos 9 dias conseguir superar a média-móvel dos 50 dias o mercado voltará para “tendência de alta”. Caso contrário o mercado continuará em tendencia de baixa com próximos suportes a 16.41/16.00 e 15.44 centavos de dólar por libra-peso. Resistências agora a 16.46 /17.06/17.22 e 17.84 centavos de dólar por libra-peso. O spread out-25/março-26 voltou a trabalhar acima dos 65 pontos!

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