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Tarifaço fará Jalles perder R$ 25 milhões com açúcar orgânico

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Empresa redirecionará para o mercado interno produto que iria para os EUA, mas perderá “prêmio” do orgânico.

A Jalles Machado, uma das quatro empresas produtoras de açúcar orgânico do Brasil, estima que deixará de ganhar entre R$ 20 milhões a R$ 25 milhões como efeito da perda de competitividade de seu açúcar orgânico que é vendido para os Estados Unidos, decorrente do tarifaço.

A companhia produz açúcar orgânico em sua Usina Jalles Machado e na Usina Otávio Lage, ambas em Goianésia (GO). Metade de suas vendas costuma ir para os Estados Unidos.

A tarifa de 50%, porém, deve fazer o açúcar orgânico brasileiro perder vantagem em relação a produtos de outras origens. A Jalles estima que terá que redirecionar entre 15 mil a 20 mil toneladas de açúcar orgânico que iria aos EUA para o mercado interno, onde deverá ser vendido como açúcar cristal convencional, sem o “prêmio” pago por ser ogânico.

A companhia disse que está avaliando “alternativas estratégicas e comerciais” para mitigar os efeitos da tarifa imposta pelo presidente americano Donald Trump.

O entrave comercial é um balde de água fria em uma safra que prometia bons resultados para o açúcar orgânico. Segundo a Jalles, havia a expectativa de que o produto oferecesse preços maiores dado o “prêmio estrutural do açúcar orgânico”, principalmente nesta safra, em que o açúcar convencional vem em baixa no mercado spot.

No primeiro trimestre da safra 2025/26, a companhia aumentou tanto a produção quanto a venda de açúcar orgânico. O aumento da fabricação foi decorrente do maior direcionamento da cana para a produção de açúcar do que para o etanol. Além disso, a colheita da cana orgânica na Usina Otávio Lage foi antecipada.

A companhia ainda priorizou no trimestre produzir mais açúcar orgânico do que açúcar cristal para o mercado interno. O volume de orgânico fabricado de abril a junho cresceu 21,6% na comparação anual, para 26,1 mil toneladas.

As vendas do açúcar orgânico, por sua vez, cresceram 92,8%, para 26,4 mil toneladas. Esse aumento está relacionado a um atraso dos embarques que eram para ter ocorrido no quarto trimestre da safra passada, e que só foram executadas no trimestre passado. Somente a receita com as exportações de açúcar orgânico teve um salto de 133,6% e alcançou R$ 96,7 milhões.

A Jalles também vende açúcar orgânico no mercado interno, mas em volumes bem menores. No primeiro trimestre da safra, essa receita ficou em R$ 12,4 milhões, 13% mais do que um ano antes, enquanto as vendas de açúcar cristal da empresa no mercado doméstico somaram R$ 119,5 milhões, queda de 23,2%.

O açúcar orgânico costuma oferecer margens melhores do que os demais tipos de açúcar. Porém, neste ano as lavouras de cana-de-açúcar da companhia cultivados de forma orgânica, vêm enfrentando mais competição de plantas, em decorrência de chuvas na safra passada.

Após registrar um prejuízo líquido de R$ 14 milhões no primeiro trimestre decorrente dos efeitos da redução da colheita de cana na produção e na menor diluição dos custos fixos, a companhia revisou para baixo suia estimativa de moagem de cana nesta safra e prevê um direcionamento maior da matéria-prima para a produção de etanol. A Jalles prevê agora processar 7,5 milhões de toneladas de cana, destinando 48,2% ao etanol, mais do que os 46% previstos anteriormente (Globo Rural,15/8/25)

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