Em entrevista ao jornal britânico, deputado disse que planeja viajar para a Europa buscando novas medidas contra os ministros do STF.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ao jornal britânico Financial Times que os Estados Unidos planejam novas sanções aos juízes do STF (Supremo Tribunal Federal) pelo julgamento do plano de golpe contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em jogo, desde sancionar mais autoridades brasileiras a uma nova onda de retiradas de vistos e questões tarifárias”, disse Eduardo.
A Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA não responderam imediatamente a um pedido de comentário do período britânico.
Em 4 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprir medidas cautelares. Ele está sendo investigado na Corte por coação e tentativa de obstrução de Justiça pela atuação de Eduardo nos EUA. O ex-presidente disse financiar seu filho no país norte-americano.
“Moraes esgotou todas as suas opções”, citou o deputado. “Trump ainda não esgotou. Trump ainda tem a opção de dobrar sua aposta devido à reação de Moraes.”
“Acredito que pode haver uma resposta forte dos EUA, talvez sancionando a esposa de Alexandre de Moraes, que é seu braço financeiro”, prosseguiu. “Talvez uma nova onda de revogações de vistos, [aqueles] de aliados de Alexandre de Moraes.”
A CNN já havia adiantado que os EUA pretendem sancionar a esposa de Moraes, Viviane Barci, com a Lei Magnitsky.
Eduardo ainda disse que planeja viajar para a Europa para continuar pressionando o STF.
“Quero levar as sanções dos EUA ao conhecimento dos parlamentares europeus para que ele possa ser sancionado lá.”
“Por exemplo, o líder do Chega, que agora é o segundo maior partido em Portugal, André Ventura, disse que também quer impedir Alexandre de Moraes de entrar em Portugal e congelar quaisquer bens que ele possa ter lá, com base nas leis de direitos humanos.”
A reportagem foi publicada por volta das 7 horas da manhã. Posteriormente, durante a tarde, Eduardo Bolsonaro negou ter atuado para o cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Sanções anteriores
O ministro Alexandre de Moraes já foi sancionado com a perda de seu visto e com a aplicação da Lei Magnitsky, dispositivo da legislação norte-americana usado para punir estrangeiros acusados de corrupção ou de graves violações de direitos humanos.
Outros sete magistrados também tiveram seus vistos suspendidos anteriormente, além de Paulo Gonet, procurador-geral da República:
- Luís Roberto Barroso, presidente do STF;
- Edson Fachin, vice-presidente do STF;
- Dias Toffoli, ministro do STF;
- Cristiano Zanin, ministro do STF;
- Flávio Dino; ministro do STF;
- Cármen Lúcia, ministra do STF;
- Gilmar Mendes, ministro do STF;
O presidente Donald Trump também impôs uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros (CNN Brasil, 11/8/25)