Confira as notícias do Agronegócio no Paraná

Com acordos, etanol e DDG dos EUA competirão com produtos do Brasil na Ásia

Patrocinadores

Apesar das aberturas de mercado para os Estados Unidos, indústria brasileira não demonstra receio

Os acordos comerciais que os Estados Unidos fecharam com os governos do Japão e da Indonésia vão abrir canais para escoar o excedente de produção de etanol americano e também o de DDG, coproduto do processamento do milho que serve de aditivo na ração nesses países, concorrendo com a oferta brasileira.

“Esses acordos vão ajudar a abrir importantes mercados asiáticos e permitir acesso maior para produtos agrícolas americanos, combustíveis renováveis e coprodutos como DDGs”, afirmou Geoff Cooper, presidente e CEO da Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês).

O Brasil já exporta alguns desses produtos para esses países. Em 2024, o país exportou US$ 10 milhões em etanol ao Japão, mas não realizou nenhum embarque de DDG ao país no ano. Para a Indonésia, o Brasil exportou US$ 13 milhões em DDG, mas não fez nenhum embarque do biocombustível ao país.

Japão e Indonésia possuem políticas para aumentar as misturas de etanol à gasolina nos próximos anos e não têm produção própria suficiente, o que os fará dependentes de importações. O Japão tem um mandato para elevar a mistura para 10% até 2030, e para 20% em 2040. A Indonésia, por sua vez, estabeleceu que vai a partir do ano que vem começar a misturar etanol na gasolina na proporção de 5%.

Os dois países também têm aumentado sua demanda por DDG. Em 2024, a Indonésia importou 987 mil toneladas dos EUA, um aumento de 6% ante o ano anterior, e figuraram como quarto principal destino do produto americano. Do Brasil, os indonésios importaram 54,8 mil toneladas de DDG, e foram os sextos no ranking de destinos dos embarques brasileiros do produto no ano passado, enquanto em 2023 não importaram nenhuma carga brasileira.

O Japão, por sua vez, importou 454 mil toneladas de DDG dos EUA, um aumento de 15%, enquanto do Brasil o país não realizou nenhuma importação.

Apesar dos acordos obtidos pelo presidente americano Donald Trump, a indústria brasileira não demonstrou receio. “São bons acordos para o etanol no mundo, se pensarmos em uma agenda global para o etanol. Os maiores produtores, Brasil e Estados Unidos, precisam aproveitar a força econômica para que a gente possa desenvolver políticas públicas para mercados não alcançados pelo etanol”, defendeu Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

Ele ressaltou que o Brasil já conseguiu em maio autorização para exportar DDG à China, mercado que até então só era atendido pelos EUA. Em 2024, o Brasil exportou DDG para 21 destinos diferentes, sendo o principal o Vietnã (US$ 50,7 milhões, com 212 mil toneladas), seguido de Turquia (US$ 35,5 milhões e 155 mil toneladas) e Nova Zelândia (US$ 26,7 milhões e 104 mil toneladas) (Globo Rural, 23/7/25)

Compartilhar:

Artigos Relacionados

Central de Atendimento

Contato: André Bacarin

    Acesse o mapa para ver nossa localização