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Moagem de cana caiu 12,9% na segunda quinzena de junho

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As usinas de cana-de-açúcar do Centro-Sul processaram 12,86% menos matéria-prima na segunda quinzena de junho do que no mesmo período da safra passada, totalizando 42,71 milhões de toneladas, de acordo com a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

Além da menor quantidade de cana, o teor de sacarose na planta também foi menor, o que colaborou para afetar os resultados de produção de açúcar e de etanol. A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) média caiu 6,17%, para 131,53 quilos por tonelada de cana processada.

A produção de açúcar na quinzena, desta forma, recuou 12,98% na comparação anual, para 2,84 milhões de toneladas. A produção de etanol anidro, por sua vez teve queda de 17%, para 743 milhões de litros, enquanto a de etanol hidratado recuou 17,70%, para 1,17 bilhão de litros.

As usinas direcionaram uma parcela maior do caldo da cana para a produção de açúcar nesta segunda quinzena de junho do que um ano atrás: o mix açucareiro foi de 53,15%, acima dos 49,94% um ano antes.

No acumulado da safra, equivalente ao primeiro trimestre da temporada 2025/26, o volume de cana processado recuou 14,06%, para 206,20 milhões de toneladas. Essa redução refletiu uma produtividade agrícola 11% menor, segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). “Essa retração no rendimento agrícola somada à quebra de 5% na qualidade da matéria-prima resulta em uma queda na quantidade total de ATR por hectare superior a 15% na área colhida no Centro-Sul até o momento”, afirmou Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, em nota.

Como resultado, a produção acumulada de açúcar está 14,25% menor, em 12,25 milhões de toneladas, enquanto a produção de etanol anidro caiu 16,55%, a 3,31 bilhões de litros, e a de hidratado recuou 13,84$, a 6,12 bilhões de litros. De todo o caldo de cana processado nesses três meses, 51,02% foi para a produção de açúcar, ante 48,69% um ano antes.

Vendas de etanol

As usinas sucroalcooleiras do Centro-Sul tiveram vendas menores tanto de etanol anidro (aditivo da gasolina) como de etanol hidratado (que compete com o combustível fóssil) em junho. Como resultado, as vendas totais de etanol caíram 3,58% na comparação anual, para 2,8 bilhões de litros, de acordo com dados da Unica.

As vendas de etanol hidratado no mercado interno recuaram 6,2%, para 1,71 bilhão de litros. O consumo do substituto da gasolina vem em baixa nesta safra, apesar de ainda estar mais competitivo do que o derivado fóssil nos principais Estados de consumo de combustível. “Em uma semana, a correlação média [entre o preço do etanol hidratado e a gasolina] no país foi de 66,8%, oferecendo uma alternativa viável para o consumidor brasileiro economizar e descarbonizar”, afirmou Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial da Unica, em nota.

O etanol oferece vantagem econômica ao motorista quando o preço está abaixo de 70% do valor vendido da gasolina nos postos.

Na semana encerrada dia 5 de julho, o etanol hidratado esteve economicamente mais vantajoso do que a gasolina em mais da metade dos municípios apurados pelo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, o biocombustível foi economicamente mais vantajoso em todas as cidades apuradas.

Porém, mesmo as vendas de etanol anidro — que costumam acompanhar as vendas de gasolina — se enfraqueceram em junho. O volume vendido pelas usinas do Centro-Sul no mercado doméstico caiu 0,7%, a 981,64 milhões de litros.

Já as vendas de etanol da região ao mercado externo tiveram uma alta de 18%, para 109,83 milhões de litros.

CBios

A Unica também divulgou que os produtores de biocombustíveis registrados no RenovaBio já emitiram 22,58 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) neste ano até 11 de julho, e que o volume de CBios disponíveis para comercialização está em 27,49 milhões.

Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2025, já temos cerca de 80% dos títulos necessários para o atendimento integral da quantidade exigida pelo programa [RenovaBio] para o final deste ano”, disse Rodrigues (Globo Rural, 15/6/25)

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